Pular para o conteúdo principal

Não entendi a polêmica, diz delegado que vetou saída de Lula

31 JAN2019
7
O superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Luciano Flores, disse que "não entendeu a polêmica" em torno do indeferimento do pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso em Curitiba - para que o petista pudesse comparecer ao velório do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá. De acordo com Flores, a negativa foi motivada apenas por "razões logísticas".
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 06/06/2016 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters
"Eu não entendi a polêmica. Não entendi qual foi a parte que não entenderam que simplesmente não era possível e não dependia da boa vontade de ninguém. Apenas não havia condições logísticas e policiais suficientes para garantir a segurança do próprio conduzido e dos agentes empregados numa grande operação policial que seria para efetivar um pedido como esse", afirmou Flores durante coletiva da força-tarefa da Lava Jato sobre a fase 59 da Operação, deflagrada nesta quinta, 31.
O irmão de Lula morreu na terça, 29, e foi sepultado na quarta, 30, em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. Os advogados do ex-presidente pediram autorização para que ele pudesse sair da sala especial que ocupa na sede da PF em Curitiba - onde cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá - e ir ao velório de Vavá. O superintendente se manifestou contra a saída de Lula.
No parecer, o delegado afirmou que os helicópteros que poderiam ser utilizados na transferência do ex-presidente foram deslocados para atender as vítimas do desastre de Brumadinho, em Minas.
"Imagine se nós usássemos uma aeronave particular, emprestada por alguém não se sabe quem, conduzida por um piloto que não se sabe quem ou o que está passando pela cabeça, conduzindo um ex-presidente da República com policiais federais armados", afirmou Flores. "Quem garante que ele vá para o destino que ele deveria ir?", questionou.
Luciano Flores afirmou que a provável concentração de manifestantes, pró e contra Lula, em torno do cemitério em São Bernardo do Campo, onde Vavá foi enterrado, era outra preocupação dos policiais.
O delegado disse que o cenário atual e a dificuldade para garantir a presença do ex-presidente no velório eram grandes, inclusive quando comparadas com a liberação do petista para ver a mãe quando de sua prisão na ditadura militar, em 1980.
"Pode ser feito não significa que deve se feito. Cada caso precisa ser analisado. E assim são deferidos vários pedidos anualmente para que os presos possam ir ao velórios. Eu não conheço nenhum caso, desses milhares que já foram deferidos, em que foi pego um preso de um estabelecimento penal onde estava recolhido, utilizado uma aeronave e gastos públicos milionários, para levá-lo a outro estado, onde houvesse uma militância e grande quantidade de manifestantes prós e contra. Eu não conheço na história do Brasil que isso tenha acontecido", afirmou.

Polícia Federal é imparcial

Flores fez um desabafo sobre a recusa do pedido de Lula. Ele disse que a Polícia Federal não está contra ninguém e afirmou que a medida não teve nenhuma motivação ideológica.
"É necessário a gente aproveitar para esclarecer que não se trata de questão ideológica. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal são instituições públicas que estão há muito tempo demonstrando sua imparcialidade no combate à corrupção, evitando que ocorram novamente desvios como esses como o que está sendo demonstrado aqui", afirmou, em referência às investigações de um esquema de propinas na Transpetro, subsidiária da Petrobrás, alvo da fase 59 da Lava Jato.
O delegado disse que a Lava Jato não tem como foco um único partido ou apenas um governo. De acordo com ele, integrantes de diversas siglas já foram detidos pela operação, o que não significa que "um partido é bom ou ruim".
"Significa que existem pessoas que praticam crimes, pessoas que podem estar filiadas a um partido, exercendo um cargo público ou exercendo nada, não ter nenhuma ideologia. Não é isso que define se a pessoa presta ou não, se deve ser presa ou não. São os fatos aos quais ela pode ser responsabilizada", concluiu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p