Lula à Folha: 'Nenhum filho meu consegue arrumar emprego'
12 / 18
Mesmo condenado em segunda instância, o que o torna inelegível por causa da Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita na possibilidade de se candidatar e insiste que há uma conspiração contra ele.
Em entrevista exclusiva à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente disparou: "Eu quero saber o seguinte: eu, proibido de ser candidato, na rua fazendo campanha, como eles vão ficar? Eles estão me transformando numa vítima desnecessária".
No roteiro que segue o tom "de eles contra nós", o petista alfinetou o juiz Sérgio Moro e exigiu provas de que cometeu crimes. "Você deveria estar perguntando é se eles vão conseguir juntar uma prova de cinco centavos contra mim", disse à jornalista.
"Essa gente não sabe o mal que causou à minha família. Eu tenho todos os meus filhos desempregados. Todos. E ninguém consegue arrumar emprego."
O ex-presidente também disse não ter medo de ser preso - o que pode ocorrer em breve. "Sabe por que não tenho medo? Porque eu tenho a consciência tão tranquila. (...) E tenho certeza de que vou ser absolvido e de que não vou ser preso."
Sobre sua candidatura, Lula afirma que "Temer não quer, o Alckmin não quer, o Ciro não quer". "Eles pensam: 'ele [Lula] vai para o segundo turno e pode até ganhar no primeiro. Se ele não for candidato, em vez de uma vaga no segundo turno, podemos disputar duas'. Aumenta a chance de todo mundo."
Em alguns trechos da entrevista, o ex-presidente atacou a imprensa. Afirmou que não há jornalismo livre nas redações, que a Lava Jato se tornou refém da mídia e que a TV Globo tentou dar um golpe no Temer.
"Você acha que na Globo [que publicou a primeira reportagem sobre a delação da J&F] alguém faz jornalismo livre? O jornalista decide e faz uma denúncia como aquela que foi feita contra o Temer?", questiona.
Operação Lava Jato
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em 24 de janeiro. A Corte confirmou o entendimento do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná. O petista nega as acusações e diz que é perseguido pela Justiça.
O TRF-4 determinou que a pena seja executada após a conclusão da tramitação no tribunal. A defesa de Lula apresentou os embargos de declaração, único recurso cabível, em 20 de fevereiro. A expectativa é que eles sejam julgados em março.
Comentários
Postar um comentário