Enviados voltam a Seul após reunião com Kim e preparam viagem aos EUA
Coreia do Norte prometeu não usar armas nucleares ou convencionais contra o Sul
PYONGYANG — A delegação sul-coreana que sentou à mesa com o ditador norte-coreano Kim Jong-un e debateu formas de alcançar a distensão na península da Coreia retornou à Coreia do Sul nesta terça-feira. Na quarta-feira, os enviados viajam a Washington para relatar as discussões em Pyongyang e pressionar por um diálogo entre os vizinhos e os americanos.
Seul informou, nesta terça-feira, que a Coreia do Norte prometeu no encontro não usar armas nucleares ou convencionais contra o Sul. Os dois países chegaram a um acordo de uma conversa no fim de abril e de estabelecer uma linha telefônica entre os líderes do Norte e do Sul.
Entre os enviados, está Suh Hoon, chefe do serviço de inteligência da Coreia do Sul (NIS), que teve um papel fundamental nas negociações que levaram às cúpulas intercoreanas de 2000 e 2007. Kim deu apoio à distensão na península em reunião com a delegação enviada pelo governo de Seul a Pyongyang, informou nesta terça-feira a agência estatal KCNA. O líder norte-coreano deu "calorosas boas-vindas" aos funcionários sul-coreanos, que lhe entregaram uma carta do presidente Moon Jae-in.
Fotos divulgadas pela KCNA mostram os cumprimentos de Kim Jong-un com o chefe da delegação sul-coreana, Chung Eui-yong. Segundo a agência norte-coreana, as partes tiveram "uma conversa honesta sobre os problemas relacionados à melhora efetiva das relações Norte-Sul e com as garantias de paz e estabilidade na península coreana".
"Após escutar o emissário especial evocar o projeto de uma cúpula com o presidente Moon Jae-in, houve uma troca de pontos de vista e sua aprovação", destacou a agência.
Trata-se da primeira delegação ministerial sul-coreana que viaja à Coreia do Norte desde dezembro de 2007. Um ano depois, o presidente conservador Lee Myung-bak chegou ao poder e as relações bilaterais se agravaram. É o mais recente passo na aproximação entre as duas Coreias, favorecido pelos Jogos Olímpicos de Inverno no Sul.
A delegação pressiona para que o governo de Pyongyang, em meio a uma corrida nuclear, dialogue com os Estados Unidos, depois que a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, compareceu aos Jogos de Pyeongchang. A visita de Kim Yo-jong foi a primeira de um membro da dinastia no poder no Norte desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953). Kim Yo-jong aproveitou a ocasião para convidar o presidente Moon a uma cúpula em Pyongyang.
Os Jogos proporcionaram "um bom ambiente para a reconciliação, a unidade e o diálogo entre o Norte e o Sul", declarou Kim Jong-un à delegação visitante, segundo a KCNA.
O presidente sul-coreano tentou aproveitar os Jogos de Pyeongchang para abrir um diálogo entre Pyongyang e Washington com a esperança de diminuir as tensões na península da Coreia.
"Prevemos discussões de fundo sobre as formas de prosseguir não somente no diálogo intercoreano, como também no diálogo entre a Coreia do Norte e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos", declarou antes de viajar a Pyongyang o conselheiro de Moon para a Segurança Nacional, Chung Eui-Yong, que liderou a delegação sul-coreana de dez membros.
A Coreia do Norte, isolada e empobrecida, desafiou no ano passado as sanções da ONU e realizou seu teste nuclear mais potente até a data, além de lançar vários mísseis capazes de alcançar o território continental americano.
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