Temer chega à Noruega para reunião com empresários, onde deverá ser cobrado por Amazônia
Presidente, que será recebido pelo rei, também busca parcerias em questões ambientais
OSLO – O presidente Michel Temer já desembarcou nesta quinta-feira em Oslo, capital da Noruega, para encontros com autoridades e investidores locais. A estada de dois dias no país escandinavo é a segunda e última etapa da viagem internacional desta semana do presidente, que antes esteve em Moscou, na Rússia. Às vésperas de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça, Temer fez questão de manter os dois compromissos no exterior, retornando para o Brasil na sexta-feira à noite.
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O presidente será recebido pelo rei Harald V e se encontrará com a primeira-ministra, Erna Solberg, e o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen. Temer também se reunirá com líderes empresariais do país. Segundo o governo, a Noruega foi o oitavo maior investidor do Brasil em 2016, com um valor de US$ 2,1 bilhões, recursos aplicados principalmente nos setores de petróleo, gás e da indústria naval. Estas três áreas correspondem a 75% dos investimentos das cerca de 150 empresas noruguesas presentes no Brasil. Em 2016, o comércio bilateral registrou US$ 1,3 bilhão, com exportações no valor de US$ 733 milhões e importações no montante de US$ 539 milhões. Temer deverá reafirmar o interesse brasileiro no acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que inclui também Suíça, Islândia e Liechtenstein.
O governo brasileiro também buscará parcerias em questões ambientais e de desenvolvimento sustentável, com a presença do ministro da pasta, Sarney Filho. A Noruega foi o primeiro doador do Fundo da Amazônia, e hoje permanece como um dos principais contribuidores. Entre 2009 e 2016, os noruegueses deram um aporte de cerca de US$ 2,8 bilhões ao fundo. Autoridades e organizações ambientais locais deverão, no entanto, cobrar uma política ambiental mais rígida por parte do governo brasileiro, com a aplicação de políticas públicas menos frouxas e mais ousadas no setor.
Na última segunda-feira, o ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen, enviou um carta ao governo brasileiro apontando preocupação com as recentes decisões do Congresso em relação ao licenciamento ambiental e a redução das áreas de preservação ambiental no país. No documento enviado ao ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, Hegelsen criticou a “tendência preocupante” de alta do desmatamento e do enfraquecimento da proteção ambiental no país, o que poderia colocar em risco a parceria estabelecida entre Brasil e Noruega nesta área.
Logo antes de viajar, Temer vetou duas Medidas Provisórias (MPs) polêmicas que reduziriam áreas de perservação ambiental, evitando anunciadas queixas em Oslo sobre estes dois pontos específicos da agenda do meio ambiente. A MP 756, vetada de forma integral, flexibilizava os critérios de uso da Floresta Nacional (Flona), que teria sua área reduzida de 1,3 milhão de hectares para 813 mil hectares. Já a MP 758, vetada parcialmente, previa a exclusão de de cerca de 860 hectares do parque nacional para a construção da estrada de ferro Ferrogrão, próxima à BR-163.
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