A Rússia advertiu nesta segunda-feira que serão “considerados alvos” na Síria os aviões da coalizão liderada pelos Estados Unidos que sobrevoarem o oeste do rio Eufrates. Após a derrubada de um caça sírio pela força aérea americana, no domingo, Moscou suspendeu seu canal de comunicação com Washington.
A Rússia oferece apoio militar ao regime sírio de Bashar Assad, enquanto os Estados Unidos lideram uma aliança árabe-curda e os rebeldes sírios. Um canal de comunicação entre os dois países foi estabelecido em outubro de 2015 para prevenir colisões entre as diferentes forças que operam no espaço aéreo sírio.
Nesse domingo, no entanto, um caça americano derrubou um avião do exército sírio, que, segundo o Pentágono, bombardeava as forças apoiadas pelos Estados Unidos e que lutam contra o grupo Estado Islâmico (EI) no norte da Síria. Foi o primeiro ataque da força aérea americana a outra aeronave militar desde a participação na guerra do Kosovo, em 1999.
A Síria declarou que o caça foi abatido quando realizava “uma missão contra o EI” e chamou o ato de “flagrante agressão”, que teria “repercussões perigosas”.
O ministério da Defesa russo acusou os EUA de não utilizar o canal de comunicação com Moscou antes de derrubar o avião sírio perto de Raqqa. “Devemos considerar este ataque como uma continuação da política americana que procura ignorar as regras do direito internacional”, declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Vice Serguei Riabkov, citado pela agência oficial de notícias TASS. “Se não é um ato de agressão, o que é então?”, questionou. “Se querem saber, é uma ajuda aos terroristas contra os quais os Estados Unidos afirmam conduzir uma política antiterrorista”, disse Ryabkov.
Segundo o ministério da Defesa da Rússia, as aeronaves da coalizão internacional “serão seguidos pelos instrumentos aéreos e terrestres de defesa antiaérea russa e considerados como alvos”.
(Com AFP)
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