Pular para o conteúdo principal

Dilma sugeriu levar conta da Suíça para Cingapura, diz Mônica

Em sua delação, mulher do marqueteiro João Santana disse que ex-presidente se mostrava preocupada com o avanço da Lava Jato sobre a Odebrecht

Em sua delação premiada com o Ministério Público Federal, tornada pública ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, relatou que a ex-presidente Dilma Rousseff sugeriu ao casal que transferisse da Suíça a Singapura a conta utilizada para receber dinheiro de caixa dois da Odebrecht na campanha presidencial de 2014.
Segundo Mônica, a ex-presidente frequentemente se mostrava preocupada com o avanço da Operação Lava Jato, sobretudo sobre a empreiteira, e temia que os pagamentos paralelos à conta Shellbill, no banco Heritage, fossem rastreados pelos investigadores.
“Ela queria que a gente mexesse na conta. Ela sugeriu uma vez ‘porque vocês não transferem essa conta de lá para algum outro lugar?’. Aí João dizia ‘de jeito nenhum, eu não vou mexer em nada, não tenho culpa de nada, mexer significa assunção de culpa’. Ela sugeriu uma vez que a gente mandasse pra um lugar, Cingapura, ou algo assim, que ela ouviu que era um lugar muito seguro, que a Suíça já estava… as conversas eram assim, a preocupação dela com essa conta que seria o elo do pagamento da Odebrecht”.
De acordo com Mônica Moura, a então presidente informava detalhes do andamento da Lava-Jato por meio de e-mails secretos, em que mensagens cifradas serviam para alertar o casal. Em uma dessas mensagens, Dilma, que usava o codinome de Iolanda na conta do e-mail, avisou previamente a data em que seria deflagrada a operação e a ordem de prisão que existia contra Santana e Mônica. Para evitar rastreamento pelos investigadores, os e-mails não eram enviados, mas apenas salvos na parte destinada a “rascunhos”. Em determinado momento, também por questões de “segurança”, Dilma pediu à mulher de Santana que criasse outra conta de e-mail, o que foi feito.
Às vésperas da Operação Acarajé, que prendeu o casal, segundo a delatora, Dilma alertou João Santana por meio de um telefonema que o casal estava prestes a ser preso pela Polícia Federal.
“Na noite do dia 21 nós de fevereiro, ou do dia 20, nós fomos avisados de que havia um mandado de prisão assinado em cima da mesa, foi visto um mandado de prisão assinado já contra a gente. Não fizemos nada, e no dia 22 estourou a operação”, relatou Mônica.
Em fevereiro de 2016, a Polícia Federal deu início à 23ª fase da Operação Lava Jato e tentou cumprir mandado de prisão contra o publicitário. Ele não foi detido porque estava no exterior, onde trabalhava na campanha à reeleição do presidente da República Dominicana, Danilo Medina. Agora se sabe, por meio da delação do casal João Santana e Mônica Moura, que partiu da própria Dilma a orientação para que ambos permanecessem fora do Brasil.
Depois de presos, de acordo com Mônica, a presidente não buscou se comunicar com eles por meio de emissários.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p