Centrais sindicais ameaçam greve de 2 dias e ‘invasão’ de Brasília

Em nota conjunta no Dia do Trabalho, seis entidades dizem que, se governo não recuar nas reformas trabalhista e da Previdência, irão ocupar capital federal

Por Da Redação

access_time 1 maio 2017, 16h21

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Ato político na Avenida Paulista em comemoração ao dia do Trabalhador, em São Paulo (Alice Vergueiro/Folhapress)

As principais centrais sindicais do país divulgaram nesta segunda-feira, Dia do Trabalhador, uma nota conjunta sinalizando com uma nova greve geral, desta vez de dois dias, e uma “invasão de trabalhadores” a Brasília para pressionar o Congresso a não aprovar as reformas trabalhista e da Previdência.
Na sexta-feira, uma greve geral convocada contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB) atingiu parcialmente todos os estados, deixou algumas capitais com “cara de feriado”, mas não registrou grandes concentrações de manifestantes nas ruas e terminou em confrontos violentos com a polícia no Rio e em São Paulo.
“O dia 28 de abril de 2017 entrará para a história do povo brasileiro como o dia em que a maioria esmagadora dos trabalhadores disse não à PEC [proposta de emenda constitucional] 287 [da reforma da Previdência], que destrói o direito à aposentadoria, não ao projeto de lei 6.787 [da reforma trabalhista], que rasga a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], e não à lei 4.302, que permite a terceirização de todas as atividades de uma empresa”, dizem as centrais no documento.
O documento, assinado pela CUT, CTB, CSB, UGT, Força Sindical e Nova Central, foi intitulado “A greve do 28 de abril continua” e foi lida em todos os eventos deste 1º de Maio. As centrais sindicais voltarão a se reunir nesta semana para discutir as próximas ações.
No dia da greve geral, Temer, em vídeo, disse que as manifestações “ocorreram livremente em todo o país”, mas que isso não o faria desistir das reformas e que a discussão deveria ser tratada na “arena adequada, que é o Congresso Nacional”.
“Não aceitamos a reforma trabalhista como está. E vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se não abrir negociação, se não discutir com centrais, se não mudar essa proposta, vamos parar o Brasil novamente”, disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal pelo Solidariedade-SP – ele integra a base do governo.  “Quem sabe a gente consiga fazer com que Brasília ouça as vozes das ruas”, disse.

Atos

As declarações de Paulinho da Força foram dadas durante o ato de 1º de Maio da central que comanda, na praça Campo de Bagatelle, na zona norte paulistana. O evento, que durou das 11h40 às 12h30, teve discursos de políticos como os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP), Roberto Lucena (PV-SP) e Major Olímpio (SD-SP) e líderes sindicais, além de shows musicais, entre eles os de Zezé di Camargo & Luciano, Fernando & Sorocaba e Maiara e Maraisa.

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fez o seu ato no início da tarde na Avenida Paulista, com discursos de políticos e sindicalistas – depois, os manifestantes se dirigiram à Praça da República, onde haveria shows musicais de artistas como o rapper Emicida e a sambista Leci Brandão.
A organização do ato na Avenida Paulista gerou um entrevero entre a CUT e o prefeito João Doria (PSDB), que não autorizou o evento na via por ter shows musicais, o que contraria um termo de ajustamento de conduta firmado pela prefeitura com o Ministério Público Estadual, que prevê apenas três eventos por ano na via: a Parada Gay, a Corrida de São Silvestre e o Réveillon. Após disputa na Justiça, foi firmado um acordo: o ato político seria na Paulista e os shows, na Praça da República.
Em Brasília, onde as centrais querem promover uma “invasão de trabalhadores”, o ato foi modesto. Cerca de 200 trabalhadores participaram do evento, que teve entre os oradores a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que  classificou as reformas como um “desmonte da Constituição”.
No Rio de Janeiro, o ato na Cinelândia, centro da cidade, teve uma confusão quando um homem segurando a bandeira do Brasil, foi hostilizado pelos manifestantes e teve de ser retirado do local.

• 1. Manifestantes e policiais entram em confronto durante protestos do Dia do Trabalho em Paris, França

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  1/13 Manifestantes e policiais entram em confronto durante protestos do Dia do Trabalho em Paris, França (Jeff J Mitchell/Getty Images)

• 2. Ato político na Avenida Paulista em comemoração ao dia do Trabalhador, em São Paulo

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  2/13 Ato político na Avenida Paulista em comemoração ao dia do Trabalhador, em São Paulo (Nelson Almeida/AFP)

• 3. Ato convocado por centrais sindicais reune milhares de manifestantes na Cinelândia, no Rio

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  3/13 Ato convocado por centrais sindicais reune milhares de manifestantes na Cinelândia, no Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
  Ato convovado pelas centrais sindicais reune milhares de manisfestantes na Cinelância

• 4. Ato político na Avenida Paulista em comemoração ao dia do Trabalhador, em São Paulo

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  4/13 Ato político na Avenida Paulista em comemoração ao dia do Trabalhador, em São Paulo (Alice Vergueiro/Folhapress)

• 5. Policiais caminham em frente a uma barricada feita por manifestantes durante protestos do Dia do Trabalho em Gijón, Espanha

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  5/13 Policiais caminham em frente a uma barricada feita por manifestantes durante protestos do Dia do Trabalho em Gijón, Espanha (Eloy Alonso/Reuters)

• 6. Um homem olha pelo buraco de uma bandeira que ilustra o filósofo comunista Friedrich Engels e o revolucionário comunista Lenin, durante protesto do Dia do Trabalho em Istambul, Turquia

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  6/13 A man looks through the hole picturing German philosopher and communist thinker Friedrich Engels (L) and Soviet leader Vladimir Ilitch Lenin while he takes part in gather in Bakirkoy district as part of the the May Day rally, in Istanbul, on May 1, 2017. / AFP PHOTO / OZAN KOSE (Ozan Kose/AFP)

• 7. Manifestantes fazem carreata e marcham pelas ruas de Karachi durante protesto do Dia do Trabalho, no Paquistão

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  7/13 Manifestantes fazem carreata e marcham pelas ruas de Karachi durante protesto do Dia do Trabalho, no Paquistão (Akhtar Soomro/Reuters)

• 8. Trabalhadores marcham em defesa do socialismo durante manifestação do Dia do Trabalho em Havana, Cuba

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  8/13 Trabalhadores marcham em defesa do socialismo durante manifestação do Dia do Trabalho em Havana, Cuba (CTC de Cuba‏/Twitter)
  marchan comprometidos en la defensa del socialismo

• 9. O deputado federal Paulinho da Força participa de evento do Dia Internacional do Trabalho, promovido pela Força Sindical, em São Paulo

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  9/13 O deputado federal Paulinho da Força participa de evento do Dia Internacional do Trabalho, promovido pela Força Sindical, em São Paulo (Leonardo Benassatto/FramePhoto/Folhapress)

• 10. Manifestante durante protesto do Dia do Trabalho em Paris, França

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  10/13 Manifestante durante protesto do Dia do Trabalho em Paris, França (Gonzalo Fuentes/Reuters)

• 11. Polícia entra em confronto com manifestantes durante protesto do Dia do Trabalho, na França

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  11/13 Polícia entra em confronto com manifestantes durante protesto do Dia do Trabalho, na França (Gonzalo Fuentes/Reuters)

• 12. Manifestantes marcham em Paris durante protesto no Dia do Trabalho

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  12/13 Manifestantes marcham em Paris durante protesto no Dia do Trabalho (Gonzalo Fuentes/Rede Record)

• 13. Manifestantes participam de protesto do Dia do Trabalho em Manilla, Filipinas

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  13/13 Manifestantes participam de protesto do Dia do Trabalho em Manilla, Filipinas (Romeo Ranoco/Reuters)

 (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)