PGR quer anexar a quatro inquéritos contra Aécio material apreendido em empresa de amigo do tucano
Raquel Dodge pediu autorização ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para juntar um relatório de análise de material apreendido da Polícia Federal a quatro inquéritos contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Anexado ao caso que está na pauta desta terça-feira (17) da Primeira Turma do tribunal, o documento interessa a outras apurações, defendeu a chefe do Ministério Público Federal.
O material foi apreendido pela PF no ano passado na Wanmix, empresa da contrução civil que tem como sócio Eduardo Wanderley, amigo do senador. Os investigadores identificaram papeis que indicam ligações da Wanmix e outras empresas com o PSDB.
Em diálogos captados pela polícia, Aécio se dirigiu a Wanderley como "Moreno". "No diálogo interceptado, embora esteja dissimulado, foi possível concluir que Aécio Neves se queixa que Sérgio Andrade [dono da Andrade Gutierrez], em vez de conversar, resolveu se antecipar e procurar o MPF para narrar fatos relacionado à UHE Santo Antônio, fatos que não fizeram parte do acordo de colaboração premiada de executivos da Andrade Gutierrez com a PGR", argumentou Raquel Dodge no pedido enviado ao ministro Marco Aurélio.
As quatro investigações às quais se refere a procuradora-geral são: 1) inquérito derivado do caso J&F que apura crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; 2) apuração sobre o pagamento de valores indevidos pela Odebrecht à campanha do tucano; 3) inquérito relacionado a irregularidades envolvendo a construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais; e 4) apuração sobre a suspeita de pagamento de valores indevidos ao senador, por parte da Odebrecht e Andrade Gutierrez, em razão de sua atuação em favor dos interesses das construtoras nos projetos das usinas de Santo Antônio e Jirau.
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