Exército e Marinha reforçam a segurança no Porto de Santos; protesto de caminhoneiros continua
Militares do Exército, soldados do Baep e a Marinha do Brasil chegaram ao local para garantir a segurança de entrada e saída de caminhões do Porto.
Após os caminhoneiros autônomos decidirem, na noite desta quarta-feira (30), permanecerem em greve no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, militares do Exército, soldados do Baep e a Marinha do Brasil chegaram ao local, com veículos blindados, na manhã desta quinta-feira (31), para fazer a segurança nos acessos ao Porto e garantir a saída dos caminhões, que estavam dentro dos terminais. Apesar da aglomeração de caminhoneiros no local, não há bloqueios.
Desde 7h, fuzileiros foram espalhados pelo Porto de Santos para providenciar a escolta de caminhoneiros que querem deixar o cais para seguir viagem com ou sem carga. São pelo menos três pontos de concentração dos militares, dois na Margem Direita, em Santos.
Um dos pontos é o bolsão de caminhões em frente à Capitania dos Portos. Tudo com o objetivo de oferecer à normalidade das operações do modal Rodoviário no Porto de Santos.
A continuidade da paralisação foi discutida com a categoria após encontro com o governador Márcio França (PSB), que esteve no acesso ao cais para ouvir reivindicações dos profissionais. A categoria está paralisada há 11 dias e quer que o Governo Federal reduza a taxa dos impostos aplicada nos combustíveis.
França ouviu as reivindicações da categoria por meio do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), Alexsandro Viviani, e, após uma negociação frustrada, os caminhoneiros decidiram permanecer na Alemoa.
No início da manhã desta quinta-feira, militares do Exército, soldados do Baep e a Marinha do Brasil se deslocaram ao local para garantir a segurança na entrada e saída de caminhões do Porto de Santos. Segundo apurado pelo G1, por volta das 7h20 a situação ainda era tranquila no local.
Visita governador
Centenas de caminhoneiros acompanharam a conversa entre os dois no cais. França explicou ao presidente do Sindicam que o desconto de 46 centavos aplicado pelo presidente Michel Temer (MDB), na segunda-feira (28), será em cima do valor de compra de combustível feito pelo Governo Federal, que é de R$ 2,33.
“Dá, em média, R$ 1,80. Em cima disso, ainda entram os valores de distribuidora e o lucro do posto. Ainda assim, será menor que os R$ 4,05 que estavam na bomba antes da paralisação”, disse.
O governador ainda explicou que, nos cálculos feitos, o valor do diesel ficaria perto de R$ 3,10, cifra acordada com caminhoneiros que estavam parados em outras estradas do estado e que já desocuparam os pontos de mobilização.
“O ICMS é de 12% sobre tudo. Geralmente, se usa como referência os 15 dias anteriores ao mês que estamos. Mas autorizamos que se use o valor mais baixo da bomba. Por isso, o desconto será maior que 46 centavos”, explicou.
Com a continuidade da paralisação, agora, o governador deverá manter novo diálogo com Temer. “Vou ligar para ele novamente. Mas está faltando informação. É importante que ele diga o preço final que vai ficar na bomba. A gente não sabe como vai ficar, por isso, insisto que publiquem uma tabela do Governo Federal com os números exatos”.
Em resposta, Alexsandro Viviani, que representa os caminhoneiros autônomos no cais santista, afirmou que a categoria permanece paralisada no porto em razão do não atendimento às demandas apresentadas. O líder sindical também declarou que o movimento que acontece em Santos não tem viés partidário.
Segurança
Na tarde de quarta-feira, os militares do Exército e soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar foram deslocados para o acesso ao Porto de Santos. A mobilização das tropas ocorreu para garantir a passagem de aproximadamente 100 caminhões-tanque que estavam parados nos terminais da região.
A movimentação começou por volta das 17h e no início da noite todos os caminhões já tinham deixado o cais. Desde sábado (26), o Exército e a Marinha do Brasil estão mobilizados na região portuária como parte do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado na sexta-feira (25) pelo presidente Michel Temer (MDB).
Caminhoneiros que estavam parados há dez dias no local observaram a chegada dos militares e, também, viram a saída de caminhões-tanque do complexo cheios de combustíveis. Não houve tumulto ou necessidade de intervenção, mas alguns motoristas aplaudiram as tropas e gritaram contra os colegas que saíam escoltados.
Greve
A greve dos caminhoneiros começou em 21 de maio em todo o Brasil. Os profissionais pedem a redução no valor dos combustíveis e o aumento do preço do frete. Na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, a categoria também se mobilizou em rodovias e nos acessos ao Porto de Santos.
No sábado (26), por conta do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial.
No domingo (27), outros 260 fuzileiros navais chegaram a Santos no Navio Doca Multipropósito Bahia (G40). Vindo do Rio de Janeiro, ele chegou com sete caminhões para transportar tropas, três blindados e dois helicópteros.
Ainda no domingo, um dos helicópteros sobrevoou o complexo portuário para fazer o reconhecimento de eventuais pontos de protesto no cais, segundo o Comando do Exército, procedimento que se repetiu até esta quarta-feira.
Temer anunciou, na noite de domingo, novas medidas para a redução no valor do diesel, em mais uma tentativa de por fim à paralisação que, além de prejudicar o abastecimento de combustível, gerou prejuízo superior a R$ 370 milhões no Porto. Estima-se que 250 mil toneladas de carga em contêineres deixaram de ser embarcadas.
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