Vitória vive mais uma noite como “cidade fantasma”
Apesar da presença do Exército e da Guarda Nacional, as ruas da capital capixaba continuaram desertas. E bastante perigosas.
“Não saio de casa há três dias. A babá da minha filha mora em Cariacica e sofreu uma tentativa de assalto no caminho da casa da vizinha. Todas as escolas cancelaram as aulas e meu trabalho suspendeu o expediente. Estamos apavorados”, diz a assistente social Laura Pretti, moradora do bairro de Mata da Praia, região próxima à popular orla de Camburi.
Já a gerente comercial Adalise Almo teve dificuldade de encontrar um supermercado aberto no bairro de Jardim da Penha, onde mora. O local é próximo à também popular Praia do Canto. “O único supermercado que encontrei aberto estava lotado, porque são pouquíssimas as opções. Nem os restaurantes funcionam. Moro aqui há 22 anos e nunca vi nada parecido. Os vídeos e áudios que recebemos só fazem aumentar o medo”, diz a gerente.
Segundo a Fecomércio, até ontem, o prejuízo estimado pela entidade ultrapassava os 4,5 milhões de reais na Grande Vitória. Desse valor, cerca de 500 mil reais são referentes aos estragos nas instalações e saques de mercadorias. Os outros 4 milhões representam a perda de faturamento bruto das empresas.
Apesar de o Ministério Público ter solicitado que os policiais militares retornassem ao trabalho até às 16h de ontem, sob pena de serem responsabilizados criminalmente, não ha perspectiva de melhora no clima de horror que assola a capital capixaba.
Embora a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) tenha informado que policiais militares de três batalhões e da ROTAM voltariam ao trabalho, apenas o último grupo saiu às ruas ao lado do Exército. Após cinco horas de reunião entre mulheres dos policiais militares com o presidente da Assembleia Legislativa do Espirito Santo (Ales) e deputados, as manifestantes declararam que o movimento vai continuar.
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