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Merkel pede que muçulmanos denunciem o islã violento

Chanceler alemã fez discurso na Conferência de Segurança de Munique

A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu neste sábado que “não é o islã a causa do terrorismo, mas uma interpretação desviada do islã” e pediu às autoridades religiosas islâmicas que apontem essa diferença e se distanciem do jihadismo.
Merkel fez as declarações ao discursar na Conferência de Segurança de Munique (MSC), à qual também está presente o vice-presidente americano, Mike Pence. O republicano defendeu a necessidade da cooperação “internacional e multilateral” para lutar contra a “ameaça assimétrica” do terrorismo islamita.
“Não é o islã a causa do terrorismo, mas uma interpretação desviada do islã”, afirmou a chanceler tentando ressaltar uma diferença que gera dúvidas em alguns setores de ambos lados do Atlântico.
Além disso, a chanceler defendeu as estruturas multilaterais e internacionais tais como a União Europeia (UE), a Otan, a ONU e o G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes) como instrumentos para resolver os desafios globais.
“Tenho a convicção profunda de que a atuação conjunta nos faz mais fortes”, manifestou a chefe do governo alemão.
No entanto, Merkel reconheceu que as estruturas multilaterais não são atualmente “suficientemente eficientes” e advogou por reforçá-las e melhorá-las, ao invés de cair no “protecionismo e no isolamento”.
Entre as instituições que precisam de reformas, Merkel se centrou na UE e reconheceu os erros na construção da moeda única que provocaram a crise da dívida e os erros da zona de livre movimento, evidenciados com a crise dos refugiados.
A respeito da Otan, a chanceler ressaltou que a Alemanha se comprometeu em 2014 com seus parceiros a elevar em uma década seu orçamento militar até 2% do PIB e garantiu que seu governo fará “todos os esforços” precisos porque está “comprometido com esse objetivo”.
Além disso, destacou a “grande preocupação” que representa o fato de a Rússia ter violado o princípio da integridade territorial, segundo sua opinião, um dos pilares sobre os quais foi construída a “segurança e a paz” na Europa nas últimas décadas.
Neste sentido,reconheceu que ele gostaria ter “relações razoáveis” com a Rússia, mas que isto é impossível desde que Moscou anexou a Crimeia de forma ilegal.

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