Pular para o conteúdo principal

Supremo faz última sessão antes do recesso sob a sombra de Lula

Pedido de liberdade do ex-presidente, enviado por Fachin ao plenário, não foi pautado por Cármen Lúcia; expectativa paira sobre movimentos do relalherme Venaglia

Os onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúnem a partir das 9h dessa sexta-feira, 29, para a última sessão do plenário da Corte antes do recesso do Judiciário, que começa na segunda-feira. O julgamento começa sob a sombra de um processo que, formalmente, não está na pauta da sessão: o pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), liberado para decisão pelo relator, o ministro Edson Fachin.
O movimento de Fachin chamou a atenção nesta quinta, por ter ignorado um prazo de quinze dias para a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ele próprio havia concedido. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, não inseriu o tema na pauta, conforme consta da pauta oficial divulgada pelo STF. A única opção para que ele ainda seja deliberado nesta sexta é se o próprio Fachin se manifestar durante a sessão, levando “em mesa” o processo.
Se isso não acontecer, o plenário só vai voltar a discutir o tema a partir de 31 de julho. Até lá, é possível que haja alguma decisão individual na reclamação 31012, apresentada nesta semana pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que questiona a opção do ministro de pautar para os onze ministros, e não apenas entre os que integram a Segunda Turma, o pedido de Lula. Essa reclamação ainda não foi distribuída para nenhum relator, mas ficará entre os outros magistrados dessa turma – Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski –, todos contrários à prisão em segunda instância.
Se Fachin decidir levar o pedido ao plenário nesta sexta, deverá argumentar o porquê da urgência e ter os pontos atendidos pela maioria dos colegas. Ao todo, prontos para serem discutidos, estão outros 83 processos, divididos entre relatorias dos diversos ministros.

Contribuição sindical

Mesmo que entre em pauta, o pedido do ex-presidente não será o primeiro da derradeira sessão do primeiro semestre de 2018. A presidente Cármen Lúcia já informou aos colegas que iniciará os trabalhos desta sexta-feira retomando a discussão sobre validade de pontos da reforma trabalhista aprovada no ano passado, em especial a contribuição sindical obrigatória, extinta pela nova legislação.
O relator, também o ministro Fachin, votou para aceitar a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) proposta por uma entidade sindical ligada aos trabalhadores de transporte portuário. Para ele, “ao manter-se, na sistemática constitucional vigente, a unicidade sindical e a obrigação de representação de toda a categoria, incluindo associados e não-associados, a inexistência de uma fonte de custeio obrigatória inviabiliza a atuação do próprio regime sindical”.
O segundo a votar, ministro Luiz Fux, divergiu do colega. Fux defendeu a legalidade do fim da contribuição sindical aprovada pelo Congresso e argumentou que a Constituição prevê liberdade de sindicalização, o que também implicaria na liberdade de não se associar a nenhuma entidade e, por consequência, não contribuir. “Ao exigir que indivíduos financiem atividades políticas com as quais não concordam, o regime anterior certamente vulnerava essa garantia fundamental”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular