O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, exigiu a punição daqueles que interromperem os negócios no país e prejudicarem a economia do país, sinalizando uma posição mais dura do governo à greve de dois dias dos lojistas. O movimento terminou nesta quarta-feira (27).
Como a economia enfrenta a perspectiva de novas sanções dos Estados Unidos, a liderança iraniana decidiu adotar uma frente unida contra os protestos internos. Em discurso, o presidente Hassan Rouhani, que há tempos vem buscando relações econômicas mais abertas com o mundo, culpou Washington pela penúria do Irã, conclamando seus compatriotas a “colocar a América de joelhos”.
Na segunda-feira (25), os lojistas se concentraram diante do Parlamento para se queixarem da desvalorização da moeda iraniana, que atingiu cotação negativa recorde.
Em resposta, Khamenei, clérigo linha-dura no poder desde 1989, exigiu que o Judiciário puna aqueles “que perturbam a segurança econômica”. Seus comentários foram um recado evidente aos iranianos que planejam mais protestos.
“A atmosfera para o trabalho, a vida e o sustento das pessoas precisam ser seguros”, disse ele em uma reunião com autoridades do Judiciário, de acordo com seu site oficial. “E o Judiciário deve confrontar aqueles que perturbam a segurança econômica”.
A greve no Grande Bazar de Teerã é o maior sinal da inquietação no Irã desde que os Estados Unidos saíram do acordo nuclear de 2015. O pacto, que garantia a suspensão das sanções americanas em troca da restrição do programa nuclear iraniano, era o pilar dos planos de Rouhani para abrir a economia do país e lhe rendeu duas vitórias eleitorais folgadas.
Washington prometeu adotar sanções ainda mais rígidas do que antes, mas seus aliados europeus e outras potências mundiais dizem ainda apoiar o pacto nuclear. “Enfrentaremos problemas. Enfrentaremos pressão. Mas não sacrificaremos nossa independência”, disse Rouhani no discurso transmitido pela televisão estatal.
(Com Reuters)
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