Senado aprova intervenção na segurança do RJ
Com decisão dos senadores, tomada por 55 votos a 13, medida decretada pelo presidente Michel Temer passa pelo Congresso e durará até o fim do ano
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21 fev 2018, 00h12 - Publicado em 20 fev 2018, 23h58
A sessão no Senado estava prevista para as 18h, mas se iniciou por volta das 20h40 e só terminou pouco antes da meia-noite. Os parlamentares votaram e aprovaram o relatório do senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), que foi escolhido relator pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), e se posicionou favoravelmente à intervenção da União na segurança fluminense.
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Antes da votação, cinco senadores favoráveis e cinco
contrários à intervenção puderam se manifestar. Para que o relatório
fosse aprovado, seria necessária a maioria simples dos votos dos
senadores neste sentido, desde que estivessem presentes ao menos 41
parlamentares.“Indiscutivelmente a situação da segurança pública no Rio de
Janeiro atingiu um patamar que exige que o Estado brasileiro lance mão
de todos os instrumentos institucionais colocados à sua disposição pelo
ordenamento jurídico”, afirmou Lopes, que exerce o mandato como suplente
do prefeito carioca, Marcelo Crivella (PRB). Ele disse ser “totalmente a favor” da intervenção federal no Rio.
Entre os senadores que se posicionaram a favor da intervenção, Marta Suplicy (MDB-SP) disse que “a intervenção não acontece, como dizem os opositores, para massacrar os pobres e movimentos sociais. Ao contrário, é o que pode apoiá-los nesse momento, é o que pode libertar comunidades inteiras”.
Já entre os que defenderam a rejeição do decreto, Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, classificou a intervenção como “pirotecnia do governo” e ressaltou que “não é papel das Forças Armadas fazer policiamento”. “A situação no Rio é crítica sim, mas não é crítica de agora”, declarou a petista.
O decreto
A intervenção federal no Rio de Janeiro foi a primeira medida do gênero a ser apreciada no Congresso brasileiro desde a promulgação da Constituição de 1988. O decreto assinado por Michel Temer na última sexta-feira e aprovado pelos parlamentares nesta terça-feira determina que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro terá duração até o dia 31 de dezembro de 2018.O texto nomeia como interventor o general do Exército Walter Souza Braga Netto, chefe do Comando Militar do Leste, e é justificado a “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do Rio de Janeiro”.
Braga Netto ficará subordinado ao presidente “e não está sujeito às normas estaduais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção”. Estarão sob comando do interventor as secretarias estaduais de Segurança Pública, incluindo as polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros, a de Administração Penitenciária. Na prática, o decreto dá ao general poderes para atuar como um “governador da segurança pública”.
As demais áreas da administração fluminense, que não tiverem relação direta ou indireta com a segurança, seguirão submetidas ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.
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