Pular para o conteúdo principal

Podridão no paraíso: Maldivas declara estado de emergência

País islâmico possui histórico de repressão e ditadura; turistas só podem visitar o lado bom e paradisíaco do país, em ilhas-resort isoladas da população


O presidente das Ilhas Maldivas, Abdulla Yameen, declarou nesta segunda-feira estado de emergência por 15 dias em meio a uma crise política no país. A medida dá ao líder poder para prender oponentes políticos e reflete uma luta de poder entre o Executivo e o Supremo Tribunal local.
A corte anulou, na semana passada, a condenação de nove presos políticos e devolveu o cargo a outros 12 deputados que haviam sido removidos do Parlamento local, afirmando que foram condenados após investigações “motivadas politicamente” e juízes “indevidamente influenciados”.
PUBLICIDADE
As ações devolvem a maioria na Casa para a oposição. Yameen, contudo, se recusou a acatar a decisão judicial e recebeu uma mensagem clara do Procurador Geral das Maldivas, que afirmou no domingo que a Suprema Corte poderia “emitir uma decisão para o impeachment do presidente”, caso as medidas não fossem cumpridas.
Nesta segunda, o presidente anunciou no Facebook o decreto do estado de emergência. “Durante este período, ainda que alguns direitos sejam restringidos, os movimentos gerais, os serviços e os negócios não serão afetados”, indicou a Presidência na rede social. “O Governo deseja também afirmar que a segurança de todos os maldivos e estrangeiros vivendo ou visitando nosso arquipélago será garantida”, acrescenta.
Partidários da oposição organizaram protestos de rua em frente aos prédios do governo nos últimos dias, exigindo que o governo acate a ordem judicial e incitando a comunidade internacional a intervir na crise.

Para entender as Maldivas

O arquipélago das Maldivas é um país independente, cuja capital é Malé. Localizado a oeste da Índia e do Sri Lanka, no oceano Índico, fica a cerca de 3h de avião de grandes centros do Oriente Médio, como Dubai e Doha.
As ilhas são famosas com turistas — diversas delas são arrendadas por resorts de luxo. Os visitantes chegam no aeroporto, que fica em uma ilha isolada, e levados diretamente a seus resorts, onde não têm contato direto com a cultura local.
Os nativos vivem em ilhas com pouca infraestrutura e forte cultura islâmica. Poucos têm dinheiro ou autorização para visitar as ilhas-resorts. Já os estrangeiros, raramente recebem autorização para visitar as ilhas onde vivem os nativos — mesmo visitas à capital Malé não são incentivadas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.