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Obama condena Assad e fala em diplomacia para o Irã

Presidente americano afirma que o país vai destinar 340 milhões de dólares em ajuda humanitária aos sírios

O presidente americano Barack Obama discursa durante a Assembleia Geral da ONU
O presidente americano Barack Obama discursa durante a Assembleia Geral da ONU (Reuters)
Com um discurso dominado por assuntos como a guerra civil na Síria e o programa nuclear iraniano, o presidente americano Barack Obama falou na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira, logo depois da presidente Dilma Roussef que, seguindo a tradição do evento, como representante brasileira, foi a primeira chefe de estado a discursar - e fez duras críticas ao programa de espionagem americano. Pouco após o início do discurso, em meio à explanação sobre ações para diminuir a presença militar no Iraque e no Afeganistão, Obama tratou da questão da privacidade: "Nós começamos a rever a maneira como obtemos dados de inteligência para que possamos balancear segurança e privacidade". Então, partiu para a crise síria.
Obama voltou a acusar o regime do ditador Bashar Assad de usar armas químicas contra a população, no dia 21 de agosto. Segundo os EUA, o ataque deixou mais de 1 400 mortos. “A evidência é gritante: Assad usou armas químicas em 21 de agosto. É um insulto sugerir que outra parte tenha conduzido esse ataque”, disse.
Leia também: 'Destruição de armas químicas não é o bastante', diz Ban Ki-moon
Resolução - O americano também disse que os EUA vão destinar 340 milhões de dólares em ajuda humanitária para a Síria. Obama ainda afirmou que a comunidade internacional não está agindo "à altura" da crise provocada pelo uso de armas químicas na Síria e disse que o Conselho de Segurança da ONU deveria aprovar uma "forte resolução" para garantir a destruição do arsenal de Assad.
Os EUA, que inicialmente defenderam um ataque contra Assad, agora lutam pela aprovação de uma resolução que inclua punições para o regime sírio, caso Assad não cumpra o acordo que prevê a entrega e destruição do arsenal químico. Mas a Rússia, que tem poder de veto no Conselho, é contra qualquer ameaça de punição. “Vivemos num mundo de escolhas imperfeitas. Soberania não pode ser uma desculpa usada por tiranos para assassinar cidadãos”, disse.
Obama também aproveitou o discurso para criticar a posição da Rússia e do Irã – que apoiam o regime de Assad – e defendeu o apoio a uma oposição síria "moderada".
O presidente também defendeu o uso de drones, os aviões não tripulados armados que atuam na caça a terroristas em países como Iêmen e Paquistão. O emprego deles é condenado por organizações de direitos humanos, que afirmam que os EUA fazem uso indiscriminado dos equipamentos e acabam matando civis.
Irã - Ao citar a questão do programa nuclear iraniano, o tom de Obama foi mais brando, e ele disse não acreditar que o problema possa ser resolvido do "dia para a noite", mas sinalizou que a diplomacia deve ser testada no caso. O presidente afirmou que espera que Teerã demonstre que não está buscando a produção de armas nucleares. Obama também disse que os EUA não pretendem mudar o regime iraniano e disse esperar que o novo presidente do país, Hassan Rohani, aja de acordo com suas declarações recentes e que o país seja “transparente”.
Nos últimos dias, Rohani e membros da sua administração afirmaram que o Irã não busca a produção de armas e sinalizaram que o regime está em busca de uma solução diplomática para o impasse, de modo a reverter a série de sanções econômicas vigentes contra o Irã. “As palavras vão ter que combinar com ações transparentes e verificáveis”, disse Obama
Por fim, Obama pediu paz no Oriente Médio, em especial entre israelenses e palestinos, e pediu que líderes dos dois lados "assumam riscos políticos". Obama também disse que os EUA estão sempre prontos a agir para evitar "atrocidades", mas que não podem atuar “sozinhos” nos conflitos. “O perigo não é os EUA mergulharem com ansiedade nos assuntos internacionais, mas eventualmente se desinteressarem”, disse Obama.

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