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Foto: Dida Sampaio/Estadão
30 de setembro de 2019 | 06:09

Sob Moro, Polícia Federal tem o menor número de operações em 5 anos

BRASIL
Sob o comando do ministro Sergio Moro (Justiça), a Polícia Federal fez no primeiro semestre deste ano a menor quantidade de operações desde 2014. Foram realizadas, entre janeiro e junho, 204 ações, número mais baixo que o registrado nos nove semestres anteriores. Apesar de menos atividades nas ruas, cresceram o número de investigações e os valores de bens apreendidos de 2018 para 2019. Os dados foram levantados pela PF a pedido da Folha. No período entre 2009 e 2019, o pico de produtividade se deu no semestre imediatamente anterior ao de estreia de Moro no governo de Jair Bolsonaro. Foram 360 ações entre julho e dezembro de 2018 —1,9 por dia.
Historicamente, os primeiros semestres têm menos operações do que os seis meses finais de um ano –isso porque, na primeira metade de um ano, há mais dias de folga para o Judiciário, que é quem autoriza as medidas de busca e apreensão e de prisão. Na primeira metade do ano passado, a PF fez 269 operações, média de 1,4 por dia, contra 1,1 entre janeiro e junho de 2019. Os resultados da atual gestão só ficam à frente dos registrados até o primeiro semestre de 2014 —quando houve 178 operações. Aquele ano marcou o início da Lava Jato, com maior ênfase de atuação da PF contra crimes do colarinho branco.
Bolsonaro se elegeu no ano passado prometendo rigor no combate às atividades ilegais, e fez do ex-juiz da Lava Jato o timoneiro dessa missão. Os últimos meses, no entanto, têm sido marcados por tentativas de interferência do presidente na pasta do ministro. Em agosto, Bolsonaro anunciou a troca do superintendente do órgão no Rio, Ricardo Saadi, disse ser ele “quem manda” na corporação e ameaçou substituir seu diretor-geral, Maurício Valeixo, da confiança de Moro. “Se eu trocar hoje [o diretor-geral], qual o problema? Ele é subordinado a mim, não ao ministro. Sou eu que indico, está na lei.” Depois de dizer à Folha que a PF precisa de uma “arejada”, o presidente não tocou mais no assunto. A diretoria do órgão considera que o clima ficou mais tranquilo, mas Bolsonaro ainda não afiançou a permanência de Valeixo.
Folha de S.Paulo

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