Pular para o conteúdo principal

A guerra fria entre Bolsonaro e Moro, Lava Toga e o discurso na ONU

Dora Kramer, Augusto Nunes e Ricardo Noblat comentam a reportagem de capa de VEJA desta semana, que fala da disputa entre Bolsonaristas e Lavajatistas

Uma história que começou sob o signo da parceria e culminou com a vitória de Jair Bolsonaro na disputa da presidência da República passa por uma forte turbulência. Depois de oito meses de governo, a relação do presidente com o ministro da Justiça Sergio Moro fugiu do script e agora imperam os atritos, as intrigas e as disputas pelo controle de cargos estratégicos. O motivo é simples: Bolsonaro acha que ele e Moro juntos são imbatíveis nas urnas, mas teme que o ministro, mais popular que o presidente, lance candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2022. Por isso a história agora se desenrola sob o signo da desconfiança.
Para Dora Kramer, esse é o jogo mais interessante da política na atualidade, do ponto de vista da sutileza. Ela avalia que essa briga ocorre de uma forma não muito explícita, já que Bolsonaro e Moro não podem se anular. Então os dois se pautam pela máxima imortalizada no filme O Poderoso Chefão: amigos próximos, inimigos mais próximos ainda.
Ricardo Noblat lembra que o plano de fundo dessa briga é a questão do combate à corrupção. E Jair Bolsonaro deu uma recuada grande neste assunto pelo fato de ter um filho envolvido em alguns rolos. Na opinião de Noblat, se dependesse apenas de Bolsonaro, se não fosse lhe causar um grande estrago, o presidente já teria se livrado de Moro há tempos. Mas o ministro é mais popular do que Bolsonaro. E essa relação de confiança fragmentada entre os dois pode explodir a qualquer momento.
Augusto Nunes também considera a disputa entre Bolsonaro e Moro fascinante. E é um confronto inevitável desde a eleição, já que Bolsonaro foi eleito com uma plataforma muito próxima a de Moro, a de combate à corrupção. E a alta popularidade de Moro representa um grande perigo para o presidente, que não pode descartar essa informação. Moro já mostrou paciência para engolir sapos e o ministro deve apostar no combate às organizações criminosas para crescer ainda mais na preferência da população. Para Augusto Nunes, Bolsonaro precisa tratar o ministro com uma frieza que ele não tem.
Os colunistas comentam as posições do Congresso Nacional sobre a CPI da Lava Toga, especialmente o fato de o Senado mostrar que não teme o Supremo Tribunal Federal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Corretor que vendeu imóveis a Flávio Bolsonaro admite fraude em outra transação Modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador Foto :  Agência Senado O corretor responsável por vender dois imóveis ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de comunicação do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sob a suspeita de ter emitido fatura abaixo do preço cobrado em uma transação imobiliária.  A modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador nas operações com o mesmo corretor. De acordo com a Folha, no caso identificado pelo Coaf, o corretor tentou fazer uma operação de câmbio no Citibank em julho de 2015 no valor de R$ 775 mil. Ele admitiu a fraude ao relatar ao banco que o dinheiro tinha como origem a venda de um imóvel cuja escritura indicava, na verdade, o preço R$ 350 mil.  A instituição financeira se recusou a fazer a operação