Pular para o conteúdo principal

CVM condena Eike a pagar R$ 536 milhões por uso de informação privilegiada

Comissão aplicou multa por considerar que o empresário cometeu crime de 'insider trading' ao negociar ações da OGX

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou nesta segunda-feira, 27, o empresário Eike Batista a pagar 536 milhões de reais. A CVM considerou Eike culpado pelo crime de “insider trading” ao negociar ações da petroleira OGX de posse de informação privilegiada. Além da multa financeira, a decisão também proíbe o empresário de atuar como administrador de companhia aberta ou no conselho fiscal por sete anos.
O processo, aberto em 2014, buscava apurar se Eike, na figura de acionista controlador e presidente do conselho de administração da OGX Petróleo, obteve lucro em cima de informações privilegiadas, vendendo ou comprando ações da OGX, antes que decisões importantes fossem divulgadas ao mercado.
PUBLICIDADE
 
Por esse motivo, Eike foi condenado duas vezes nesta segunda-feira. Na primeira, referente às ações negociadas entre os dias 24 de maio e 10 de junho de 2013, ele será obrigado a pagar aproximadamente 440 milhões de reais. E na segunda condenação, pela venda de ativos da empresa entre 27 de agosto e 3 de setembro do mesmo ano, terá de desembolsar 96 milhões de reais, referentes a duas vezes e meia das perdas que teria se não tivesse cometido irregularidades.
Além disso, Eike ainda foi proibido de atuar como administrador de companhia aberta ou no conselho fiscal por sete anos, acusado de manipular preços. Segundo a CVM, ele influenciou acionistas a comprar ou vender ações da OGX através de informações divulgadas em suas redes sociais.
Procurada, a defesa do empresário afirmou que vai recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, vinculado ao Ministério da Economia. “A condenação foi manifestamente contrária à prova documental e testemunhal do processo. Ficou provado em laudos contábeis que as vendas de ações realizadas tiveram justa causa, sendo decorrentes do vencimento antecipado de contratos pré-existentes, que contavam com garantia de ações que acabaram parcialmente alienadas”, afirmou, em nota, o advogado Darwin Corrêa, sócio do escritório PCPC Advogados.
Segundo a defesa, no período considerado suspeito no ganho e capital, “Eike investiu no projeto exploratório cerca de dez vezes mais do que o suposto “ganho indevido”, com perdas “evitadas” em razão do inexistente uso de informação privilegiada. Esses investimentos no mesmo período questionado no processo fazem prova objetiva da boa-fé e total ausência de materialidade delitiva”, argumentou o advogado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Corretor que vendeu imóveis a Flávio Bolsonaro admite fraude em outra transação Modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador Foto :  Agência Senado O corretor responsável por vender dois imóveis ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de comunicação do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sob a suspeita de ter emitido fatura abaixo do preço cobrado em uma transação imobiliária.  A modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador nas operações com o mesmo corretor. De acordo com a Folha, no caso identificado pelo Coaf, o corretor tentou fazer uma operação de câmbio no Citibank em julho de 2015 no valor de R$ 775 mil. Ele admitiu a fraude ao relatar ao banco que o dinheiro tinha como origem a venda de um imóvel cuja escritura indicava, na verdade, o preço R$ 350 mil.  A instituição financeira se recusou a fazer a operação