Pular para o conteúdo principal

Investigação envolvendo Temer esbarra em delegado aposentado com fortuna na Suíça

Miguel Oliveira trocou mensagens com o Coronel Lima, amigo do presidente

Michel Temer (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O inquérito dos portos, que tem como investigado o presidente Michel Temer, chegou a um delegado aposentado da Polícia Civil de São Paulo ligado a contas bancárias na Suíça que tinham saldo de US$ 194 milhões em meados da década passsada.
Em um dos relatórios da Operação Patmos, deflagrada após as delações do grupo J&F, a Polícia Federal analisou o conteúdo do telefone do coronel aposentado da PM João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e conhecido como Coronel Lima. Chamou a atenção uma troca de mensagem via whatsapp com uma pessoa de nome "Miguel de Oliveira", datada de 30 de abril de 2017, às 10h22: "Recebeu pouco. Nas minhas contas deveria ter recebido 120 mil. Estão 'garfando' o coitado". Segundo a polícia, o diálogo tratava de um pagamento feito a alguém que foi enganado pois o valor pago deveria ser maior. Quando preparou o relatório (trecho abaixo), porém, a polícia não havia desvendado o interlocutor: "O referido Miguel de Oliveira não foi identificado pelos meios utilizados nesta análise".
Trecho de relatório da PF (Foto: Reprodução)
EXPRESSO descobriu o responsável pelo telefone que aparece na troca de mensagem com o amigo de Temer. Trata-se do ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira, que, após se aposentar, passou a atuar como empresário do ramo da segurança. Oliveira foi citado em apuração do Ministério Público, por ter aparecido na lista de brasileiros que mantinham contas no banco HSBC suíço. As contas atribuídas a Oliveira somavam US$ 194 milhões, aproximadamente R$ 600 milhões, entre 2006 e 2007. O caso foi revelado pelo jornal O Globo.
>> PF descobre número de Moreira Franco em telefone de coronel investigado
A reportagem localizou o ex-delegado da Polícia Civil paulista. Oliveira afirmou que não poderia falar e pediu que o repórter o procurasse mais tarde, sem dizer quando poderia receber a ligação. Desligou a chamada abruptamente.
A PF frisou no inquérito que o Coronel Lima será questionado sobre o diálogo quando for interrogado. Desde o ano passado, a polícia coleciona tentativas frustradas de ouvir o amigo de Temer. A defesa do Coronel Lima alega motivo de saúde para não comparecer. Os advogados pediram para que ele fosse questionado por escrito. A PF negou.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Corretor que vendeu imóveis a Flávio Bolsonaro admite fraude em outra transação Modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador Foto :  Agência Senado O corretor responsável por vender dois imóveis ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de comunicação do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sob a suspeita de ter emitido fatura abaixo do preço cobrado em uma transação imobiliária.  A modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador nas operações com o mesmo corretor. De acordo com a Folha, no caso identificado pelo Coaf, o corretor tentou fazer uma operação de câmbio no Citibank em julho de 2015 no valor de R$ 775 mil. Ele admitiu a fraude ao relatar ao banco que o dinheiro tinha como origem a venda de um imóvel cuja escritura indicava, na verdade, o preço R$ 350 mil.  A instituição financeira se recusou a fazer a operação