Coreia do Sul e EUA iniciam as maiores manobras militares já realizadas na Ásia
Coreia do Sul e Estados Unidos iniciaram nesta segunda-feira as suas maiores manobras militares conjuntas até o momento, em um ambiente de grande tensão, depois que a Coreia do Norte ameaçou realizar "ataques preventivos" contra os dois aliados. Os exercícios anuais Key Resolve e Foal Eagle, orientados a coordenar a defesa de Seul e Washington perante um eventual conflito com a Coreia do Norte, se prolongarão até o dia 18 de março e 30 de abril respectivamente, anunciaram as Forças dos EUA em comunicado.
Cerca de 17.000 militares americanos e 300.000 coreanos participarão de ambos os exercícios, que também terão a presença de veículos e armas das três Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica. As forças dos dois países testarão estratégias de combate conjuntas não ensaiadas até o momento e incluirão o exercício chamado pelo código "5015", que simula a inutilização das armas de destruição em massa do inimigo e a preparação das tropas para um ataque preventivo. De acordo com especialistas, da o número de homens e armas utilizadas, serão as maiores manobras militares da história da Ásia e, desde o final da II Guerra Mundial, o Pacífico não tinha uma movimentação de tropas militares tão grande.
O míssil Hwasong-5, desenvolvido na década de 1980 na Coreia do Norte, é uma versão baseada na tecnologia do míssil soviético Scud - que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na II Guerra Mundial. Esses mísseis costumam carregar ogivas convencionais, mas também ter capacidades químicas, biológicas e nucleares. À época, Pyongyang realizou vários testes do Hwasong-5, que tem um alcance de aproximadamente 300 quilômetros, até lançar depois o Hwasong-6, com alcance de 500 quilômetros. Assim, passou a ter capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul.
Nodong
O míssil Nodong é uma versão melhorada do Scud, com alcance potencial de 1.300 quilômetros - distância que permitiria à Coreia do Norte atingir o Japão e o Taiwan. Em 1993, foi realizado um teste com o míssil, mas ele seguiu por 500 quilômetros antes de cair no Mar do Japão. Apesar dos problemas técnicos, o projeto causou preocupação internacional, porque o míssil teria capacidade para carregar uma ogiva nuclear. No ano seguinte a este teste, a Coreia do Norte deixou de ser membro da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão que integrava há duas décadas.
Taepodong-1 e Taepodong-2
O míssil Taepodong -1, anunciado nos anos 1990, alimentou ainda mais as ambições da Coreia do Norte - ele teria um alcance médio de 2.500 quilômetros. O país chegou a dispará-lo contra o Japão, mas o míssil acabou caindo no Oceano Pacífico. O alcance da versão 2 seria de aproximadamente 6.700 quilômetros - o suficiente para atingir o Alaska.
Musudan
O míssil Musudan tem um alcance intermediário, estimado em mais de 3.000 quilômetros - um raio de ação que poderia atingir a Coreia do Sul, o Japão e até a ilha americana de Guam, localizada a 3.200 quilômetros da Coreia do Norte. Acredita-se que este míssil nunca foi testado. Há rumores de que houve um teste no Irã nos anos 2000, mas a informação não foi confirmada.
KN-08
O míssil KN-08, cuja existência foi anunciada em abril de 2012, tem um alcance elevado e foi desenvolvido para carregar armas nucleares. Pyongyang afirma que o míssil pode alcançar até 9.656 quilômetros, colocando, dessa forma, Los Angeles na mira. No entanto, esse modelo nunca foi testado, e não é possível saber se ele funciona - o KN-08 precisaria de testes rigorosos para de fato funcionar. Não se sabe nem sequer se o modelo exibido é verdadeiro. Mesmo assim, é alvo de atenção, especialmente nos EUA, onde as fontes também divergem sobre a capacidade do míssil de atingir o território americano.
Arma nuclear
Em fevereiro, a Coreia do Norte confirmou ter realizado o terceiro teste nuclear - subterrâneo - da história do país. Estados Unidos e Japão enviaram à região aviões com sensores de radiação para avaliar a extensão da detonação e afirmaram que este teste foi mais poderoso do que os dois anteriores - em 2006 e 2009. A explosão teria uma potência entre seis e sete quilotons - inferior à bomba de dezessete quilotons lançada sobre Hiroshima, em 1945. Ao realizar o teste, a Coreia do Norte não ignorou apenas as reiteradas advertências da ONU e de potências como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, mas também desrespeitou uma clara orientação da China - que pode decidir cortar sua ajuda a Pyongyang, caso o regime de Kim Jong-un siga com suas ameaças.
Gerar link
Facebook
Twitter
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Gerar link
Facebook
Twitter
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Comentários
Postagens mais visitadas deste blog
Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Corretor que vendeu imóveis a Flávio Bolsonaro admite fraude em outra transação Modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador Foto : Agência Senado O corretor responsável por vender dois imóveis ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de comunicação do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sob a suspeita de ter emitido fatura abaixo do preço cobrado em uma transação imobiliária. A modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador nas operações com o mesmo corretor. De acordo com a Folha, no caso identificado pelo Coaf, o corretor tentou fazer uma operação de câmbio no Citibank em julho de 2015 no valor de R$ 775 mil. Ele admitiu a fraude ao relatar ao banco que o dinheiro tinha como origem a venda de um imóvel cuja escritura indicava, na verdade, o preço R$ 350 mil. A instituição financeira se recusou a fazer a operação
Comentários
Postar um comentário