Pular para o conteúdo principal

Banco Central do Chipre: acordo evitou falência do país


Na madrugada deste domingo, os credores europeus acordaram com a ilha um acordo que prevê o confisco de depósitos acima de 100 mil euros, que, segundo o BC cipriota, evitou que o país falisse


O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, sorri ao deixar reunião em Bruxelas
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, sorri ao deixar reunião em Bruxelas depois de ter fechado o acordo com os credores

O Banco Central do Chipre disse nesta segunda-feira que o acordo alcançado nesta madrugada com o eurogrupo permitirá forjar "um setor bancário forte que contribuirá substancialmente para a estabilidade financeira e para estimular o crescimento econômico". Em comunicado, a instituição explicou que as medidas adotadas evitaram a falência do país, além de prevenir uma quebra desordenada do Laiki Bank, segunda maior instituição financeira do país, que será liquidado.

O acordo selado em Bruxelas prevê o fechamento do Laiki e sua divisão em um banco bom e um mau. A parte saudável do banco, formada por todos os depósitos garantidos pelo acordo com os credores, ou seja, inferiores aos 100 mil euros, passará a fazer parte do Bank of Cyprus, a maior instituição financeira do Chipre e que será reestruturada.

Os depósitos, ações ou bônus superiores aos 100 mil euros do Laiki vão fazer parte do banco podre e poderão enfrentar fortes perdas. O Bank of Cyprus, maior instituição do país, não só assumirá os depósitos dos pequenos poupadores do Laiki como também a dívida da entidade com o mecanismo de liquidez do Banco Central Europeu (BCE), avaliada em 9 bilhões de euros.

Os depósitos superiores aos 100 mil euros deste banco ficarão congelados, à espera da recapitalização. O Chipre espera que a partir desta operação de reestruturação bancária poderá ser captado 4,2 bilhões de euros de um total de 5,8 bilhões que o país deve reunir para poder receber em troca um resgate de 10 bilhões da Comissão Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional (FMI), seus credores.

Em seu comunicado, o banco central afirmou que a operação de reestruturação bancária "possibilitará a criação de um banco saudável e resistente, capaz de atender as necessidades de seus clientes e mais adiante apoiar a economia do Chipre".

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que participou das negociações com a ilha, disse que a União Europeia (UE) quer que o Chipre a colocar em prática "o quanto antes" o acordo de resgate. "Todas as partes devem agora assegurar a colocação em andamento do acordo o quanto antes", destacou em um comunicado. "Devemos trabalhar duramente para aliviar o impacto social da crise no Chipre", acrescentou.

Leia ainda: Após acordo, Chipre confiscará 30% dos depósitos de seu maior banco

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, afirmou que o Chipre enfrenta um longo e difícil caminho para reconstruir sua economia, mas o acordo de resgate europeu acertado na madrugada desta segunda-feira oferece ao país a melhor oportunidade para se recuperar.

Em entrevista em Berlim nesta segunda, Schaeuble disse que o acordo é "muito melhor" do que o outro acordo da semana passada, que teria atingido fortemente os pequenos depositantes e foi rejeitado pelo Parlamento cipriota. "O (presidente cipriota) Anastasiades entendeu que não é apenas a Alemanha e o FMI (Fundo Monetário Internacional) que querem o resgate, mas também os outros", disse Schaeuble.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Corretor que vendeu imóveis a Flávio Bolsonaro admite fraude em outra transação Modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador Foto :  Agência Senado O corretor responsável por vender dois imóveis ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de comunicação do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sob a suspeita de ter emitido fatura abaixo do preço cobrado em uma transação imobiliária.  A modalidade de fraude é semelhante a que o Ministério Público do Rio suspeita ter sido praticada pelo senador nas operações com o mesmo corretor. De acordo com a Folha, no caso identificado pelo Coaf, o corretor tentou fazer uma operação de câmbio no Citibank em julho de 2015 no valor de R$ 775 mil. Ele admitiu a fraude ao relatar ao banco que o dinheiro tinha como origem a venda de um imóvel cuja escritura indicava, na verdade, o preço R$ 350 mil.  A instituição financeira se recusou a fazer a operação