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Ao conquistar ‘voto pela paz’, desafio de Santos será cumprir promessa

Presidente conseguiu se reeleger com 51% dos votos no segundo turno

Juan Manuel Santos acena para eleitores depois da vitória no segundo turno da disputa presidencial na Colômbia
Juan Manuel Santos acena para eleitores depois da vitória no segundo turno da disputa presidencial na Colômbia (Reuters)
O presidente Juan Manuel Santos garantiu mais um mandato ao vencer o segundo turno das eleições neste domingo com 51% dos votos. O tema central da disputa foi o diálogo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O pleito foi amplamente visto como um referendo do processo de paz, exposto na mão direita de Santos e na de muitos eleitores que seguiram o gesto. As conversas com a narcoguerrilha foram iniciadas no final de 2012 e até agora não apresentaram resultados concretos, apesar do tom otimista do presidente em seu discurso de vitória: “Este é o fim de 50 anos de conflito neste país, e o início de uma nova Colômbia. Esta não será uma paz de Juan Manuel Santos, nem deste governo. Será uma paz de todos os colombianos”.
Ao assumir a responsabilidade, o presidente terá de atender aos anseios tanto dos que votaram a favor de seu processo de paz como dos que preferiam uma mudança de rumo – Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, subiu rapidamente nas pesquisas com críticas duras ao diálogo com as Farc. Mesmo derrotado no segundo turno, quase dobrou sua votação entre 25 de maio e 15 de junho, passando de 3,8 milhões para quase 7 milhões.
Leia também: Farc e governo chegam a acordo sobre tráfico de drogas
Dias antes do segundo turno, apostando no convencimento de que o diálogo é o melhor caminho para a paz, Santos ainda anunciou a disposição de seu governo em negociar com o Exército de Libertação Nacional, segunda narcoguerrilha do país.
Entregar o que prometeu, em análise feita pelo Financial Times, significa que Santos precisará não apenas conseguir um acordo que seja aceito nacionalmente, mas também terá de aumentar a segurança dos cidadãos nas cidades, “onde o sequestro, a extorsão e os roubos dispararam”. O jornal britânico também destaca que a coalizão do presidente no Congresso está mais fraca, enquanto seus opositores estão mais fortes. A bancada uribista, a partir do próximo 20 de julho, ocupará vinte assentos no Senado e doze na Câmara, representando o maior bloco opositor à maioria governista. “Santos terá um governo mais fraco para enfrentar grandes desafios. O primeiro deles a implementação de políticas pós-conflito se ele conseguir ser bem-sucedido no processo de paz”, escreveu Daniel Coronell, colunista da revista colombiana Semana.
Reinaldo Azevedo: População de áreas onde as Farc atuam votou contra acordo
“Alcançar uma paz duradoura, ao contrário de firmar um acordo de paz (as duas coisas são diferentes: veja o caso da Irlanda do Norte), envolve encontrar um equilíbrio difícil entre perdão e justiça. O tamanho da dificuldade para conseguir isso ficará mais claro se Santos fechar um acordo, e então submetê-lo a um referendo nacional. a força do apoio a Zuluaga mostra exatamente o quão forte continua o desejo por justiça”, avalia o Financial Times.

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